Andrezza Serra
Coordenadora do Observatório de Turismo e Eventos (OTE) da SPTuris, núcleo de pesquisa responsável pelo monitoramento dos dados do Polo de Ecoturismo de São Paulo.
Polo de Ecoturismo de São Paulo: um exemplo de desenvolvimento sustentável com benefícios para a cidade, a população e o meio ambiente
O Polo de Ecoturismo de São Paulo, situado no extremo sul da capital, concentra algumas das paisagens naturais mais preservadas da metrópole, além de comunidades tradicionais, patrimônios culturais e uma biodiversidade singular. Abarcando Parelheiros, Marsilac e a Ilha do Bororé, o território vem se firmando como referência em desenvolvimento sustentável, unindo proteção ambiental, geração de renda e fortalecimento da identidade local. A expansão das atividades como trilhas, vivências indígenas, observação da fauna e flora, além de experiências rurais, tem atraído cada vez mais visitantes para a região, consolidando o turismo como um importante motor de desenvolvimento social e econômico.
Alinhamento com o Plano de Metas da Prefeitura, a sustentabilidade e a agenda ESG
O fortalecimento do Polo de Ecoturismo faz parte o Plano de Metas da Prefeitura de São Paulo, que prioriza ações voltadas à sustentabilidade, valorização da produção rural, ampliação da infraestrutura turística e qualificação profissional de moradores. Essas iniciativas contribuem para reduzir desigualdades sociais, gerar novas oportunidades e integrar a região ao desenvolvimento da cidade de forma equilibrada e responsável.
O avanço do desenvolvimento do território também dialoga diretamente com os princípios da agenda ESG (ambiental, social e de governança). A preservação da Mata Atlântica, o incentivo ao uso consciente dos recursos naturais, a valorização de práticas tradicionais e a geração de renda local refletem compromissos ambientais e sociais essenciais. Além disso, a gestão compartilhada entre poder público, empreendedores, organizações sociais e comunidades indígenas fortalece a governança e garante que o desenvolvimento do turismo ocorra de maneira participativa e transparente, beneficiando ao máximo todos os envolvidos.
Monitorar para crescer com qualidade: a relevância dos dados no desenvolvimento sustentável
Para que o Polo continue crescendo sem perder sua essência, o monitoramento contínuo de dados é um elemento fundamental. Medir e acompanhar o fluxo e o perfil dos visitantes, os impactos ambientais, a capacidade das propriedades, o desempenho econômico dos empreendimentos e a percepção da população local permite não só compreender, em profundidade, como o território está se transformando, mas também garantir que futuras ações sejam previstas com responsabilidade. Esse acompanhamento sistemático oferece informações essenciais para ajustar rotas, identificar gargalos, fortalecer políticas públicas e direcionar investimentos de forma mais eficiente. Ao mesmo tempo, a análise de dados permite antecipar riscos, como sobrecarga de trilhas, pressão sobre áreas sensíveis ou desigualdades no acesso às oportunidades, garantindo que o crescimento seja ordenado e compatível com a capacidade do território. Dados confiáveis também permitem monitorar o cumprimento das metas municipais e avaliar o impacto real das ações realizadas pela Prefeitura e por seus parceiros.
Além disso, e até mais importante, é o papel estratégico que o monitoramento tem para os próprios empreendedores. A análise dos dados ao longo do tempo permite compreender melhor o comportamento da demanda e possíveis sazonalidades, avaliar quais atividades atraem mais visitantes, calcular a viabilidade econômica de novos serviços e até mesmo identificar oportunidades de melhoria. Com esses indicadores, é possível ajustar a operação do estabelecimento com mais segurança, desde a organização de equipes e a gestão de estoques até a definição de preços, horários de funcionamento e estratégias de divulgação. O monitoramento também ajuda a mensurar resultados de investimentos recentes e quais ações ou atividades dão mais retorno ao empreendimento, planejando o crescimento de forma sustentável e evitando sobrecargas, desperdícios ou decisões baseadas apenas na percepção.
Nesse sentido, monitorar não se trata apenas de registrar números. É a construção de uma base sólida para decisões estratégicas, evitando impactos negativos, apoiando o empresário local em suas decisões e assegurando que o turismo continue sendo um instrumento de preservação e prosperidade.
Um exemplo de futuro sustentável
O Polo de Ecoturismo mostra que é possível conciliar desenvolvimento econômico, conservação ambiental e inclusão social mesmo em uma metrópole de grande porte como São Paulo. Com planejamento, participação colaborativa e monitoramento constante, o território tem extremo potencial para se tornar referência nacional – e quem sabe até internacional – em turismo sustentável. Investir no território significa investir no bem-estar das comunidades locais e na proteção do patrimônio natural e cultural da cidade, que pertence a todas as gerações.
