Por Albert Sassaki, do Sítio Nossa Vida
Somos da terra e dela colhemos os nossos alimentos.
Em 2008 iniciamos a nossa jornada, foi utópico, de alto risco e pouco conhecimento rural.
Ouvir dizer do antigo proprietário: “aqui ainda é São Paulo”. Não me soou diferencial, afinal, não havia planos de ser diferente, a a ideia era ser igual pra participar do mercado com as mesmas condições.
Enfim, comprei a propriedade para manter a infraestrutura pronta na recria de codornas, para postura de ovos em sistema de confinamento.
Os anos passaram e em paralelo mantinha as atividades de trabalho no centro urbano – sempre foi trabalho.
A corrida do tesouro sempre esteve nas minhas ações e a busca por conhecimento era uma atividade incansável. Garimpamos as melhores práticas, com viés de alta produtividade, retorno garantido e alto risco, o qual nunca vivemos.
Tudo mudou quando entendi que São Paulo havia se tornado a capital do serviço e me tornar competitivo seria uma perda de tempo e dinheiro.
A sustentabilidade foi a salvação da lavoura: compreender o tripé social, ambiental e econômico norteou as minhas ações. Surgiu, então, o olhar para o território e entender a dinâmica local.
Cooperativa e o Polo de Ecoturismo apontam e trazem um novo olhar pra região.
Em 2016 me associei à cooperativa e, em seguida, veio a transição agroecológica com a Casa de Agricultura Ecológica (CAE). Identificamos a primeira vocação do sítio – criar galinhas para postura de ovos com manejo orgânico livres de gaiola, o que alguns chamavam de “galinhas felizes”.
Em 2017, certificamo-nos como orgânico no grupo SPG das aspas zona Sul. Produção iniciada e o encantamento em produzir alimentos! Daí “pá”… “cadê o mercado consumidor?”
Em meio a tudo isso, a insegurança foi a companheira de todos os dias, o descrédito da atividade e a desmoralização social acompanhavam a narrativa da atividade proposta.
Em 2018, o SENAR chega ao território apoiado pelo sindicato rural pra montar a primeira turma de turismo rural e, assim, o engajamento nasce com um novo olhar para fortalecer o propósito e a possibilidade de escoar a produção para os turistas.
Mas, “CADÊ OS TURISTAS?”
Sempre foi trabalho!
Durante o curso de turismo rural passamos pelo módulo do resgate gastronômico e sempre foi um grande desafio, afinal, estamos em São Paulo e tudo temos. Foi na minha ancestralidade e produção de alimentos que nasceu o YakissOba, que nos levou para os primeiros eventos locais, como o Festival Gastronômico do Cambuci, as Festas da Tradição no Céu Parelheiros, entre outras.
Feiras e eventos foi o que nos tornou resilientes e possibilitou criar a receita ideal.
Comida de rua, ancestral e de preparo rápido, com muito sabor e ingredientes nobres, sem frescura! A nossa proposta sempre foi entregar a melhor comida localmente, privilegiando os consumidores com preço justo.